Dependência do crack: o que é, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e complicações
O que é o crack?
O crack é uma mistura da pasta-base de cocaína refinada com bicarbonato de sódio e água. Muitas vezes a mistura é falsificada com o acréscimo de cimento, cal, querosene e acetona, para aumentar o seu volume. Quando aquecida, a mistura separa as substâncias líquidas das sólidas. As substâncias líquidas são então descartadas e as sólidas são convertidas na “pedra de crack” que, com a utilização de um cachimbo, é então fumada e absorvida pelo corpo em quase 100% do total ingerido. A via inalatória confere à droga um tempo de ação e um poder viciante muito rápido, o que tem tornado o crack um verdadeiro flagelo.
O que é a dependência ao crack?
Vários fatores psicológicos e sociais podem levar a pessoa a experimentar a droga pela primeira vez. Entre eles: depressão, ansiedade, baixo nível intelectual, fenômeno social das gangues, desagregação familiar, forte atuação dos traficantes, etc. A dependência ao crack é a compulsão invencível de fumar a droga, que se estabelece já a partir da primeira experiência. A duração da intoxicação, de apenas dez minutos, leva à busca imediata por mais crack, fazendo com que o viciado tenha quase sempre que viver na rua.
Quais são as causas da dependência?
Os efeitos do crack sobre o organismo são muito parecidos que os da cocaína, porém mais intensos que eles. A diferença é que enquanto a cocaína demora cerca de quinze minutos para chegar ao sistema nervoso central, o crack faz isso em apenas oito a quinze segundos e seu efeito dura apenas dez minutos, tempo suficiente para iniciar o vício. O crack causa intensa e rápida euforia, seguida por uma igualmente intensa depressão, um estado de grande tensão e incontrolável avidez por mais crack. Quando a droga acaba no organismo, o que acontece muito rapidamente, o prazer cessa e o indivíduo é tentado a repetir o uso da droga. Daí a forte tendência a consumi-la reiteradamente, quase que continuadamente.
Quais são os principais sintomas da dependência ao crack?
O crack atinge e repercute em praticamente todo o organismo: sistema nervoso, pulmões, coração, rins, tubo digestivo, coração, etc. O dependente de crack quase não come, nem dorme, o que ocasiona um rápido processo de desnutrição e emagrecimento, ainda mais intenso que o produzido pela cocaína. Uma pessoa adulta dependente de crack pode perder até dez quilos em um único mês. Os dependentes de crack também passam a não ligar mais para hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência. Neurologicamente, o uso do crack pode levar a dores de cabeça, tonteiras, inflamações dos vasos cerebrais, etc. Na árvore respiratória a alta temperatura da fumaça do crack pode causar lesões na laringe, traqueia e brônquios que favorecem o aparecimento da pneumonia e da tuberculose. Na circulação, o crack provoca a liberação de adrenalina e, com isso, o aumento da frequência cardíaca e subida da pressão arterial, arritmias, isquemias e infarto agudo do miocárdio. No aparelho digestivo, o crack provoca sintomas como náusea, perda do apetite, flatulência, dor abdominal e diarreia. Mas a árvore respiratória é a que mais sofre com o vício do crack. Normalmente há tosse, dor no peito, falta de ar, escarro sanguinolento. Podem ocorrer quadros psiquiátricos graves, como delírios, alucinações, paranoias, etc.
Como o médico diagnostica a dependência ao crack?
Não há nenhum exame específico que estabeleça o diagnóstico de dependência ao crack. Ele precisa ser feito pela história clínica do paciente, que inclua o relato de uso do crack e pela detecção de alguns sintomas inespecíficos.
Como o médico trata a dependência ao crack?
O tratamento do crack é um problema de saúde e segurança públicas. O usuário dificilmente aceita voluntariamente ser tratado. Em geral, o usurário de crack envolve-se em atos delituosos como furtos, roubos ou mesmo mortes.
Como prevenir a dependência do crack?
A primeira dose já pode ser fatal para estabelecer o vício.
Quais são as complicações possíveis da dependência do crack?
O uso do crack pode resultar em acidente vascular cerebral, atrofia cerebral e convulsões.